Entre os dias 07 e 11 de outubro nós pegamos a estrada rumo ao planalto norte catarinense, onde a gente tinha um trabalho marcado.
Resolvemos antecipar a nossa viagem e saímos na sexta-feira, nosso objetivo era ir até a cidade de Penha no litoral e passar a noite por lá. Foi em Penha que eu passei os meus verões durante a infância e hoje em dia meu irmão mora lá, então, fomos matar a saudade da família e do mar. Além disso, a cidade fica na beira da BR101 o que reduziu alguns quilômetros da nossa viagem até o norte do estado e simplificou o trajeto.
Recentemente recebemos um e-mail de uma leitora preocupada. Ela queria muito comprar uma Kombi, mas o seu pai a alertou dos problemas que ela poderia ter com o motor do automóvel. Admitimos que quando compramos a Kombi, a gente não se preocupou muito com isso de "e depois?". Conversamos com ela sobre todos os gastos que nós já tivemos e resolvemos perder esse tabu de não falar sobre dinheiro e compartilhar com todo mundo quanto saiu a kombi.
Trocamos o forro, isso mesmo, mais uma vez. Aprendemos com os materiais anteriores e aproveitamos a reforma no salão para dar uma cara nova para as portas da frente também.
As outras reformas que já aconteceram você pode acompanhar aqui e neste link também. Se dependesse da gente, ainda estaríamos com o primeiro forro, que era o nosso favorito. Infelizmente, aquele tecido era muito fino e bastou uma semana para ele começar a manchar. Nesse caso, a própria madeira da porta da Kombi começou a manchar ele.
Organização faz toda a diferença, seja se você usa seu carro para o dia a dia, para o trabalho ou para viajar. A gente sempre achou legal essa ideia de "porta treco" para as portas do salão da Matilda. Já faz um tempo que nós colocamos a mão na massa e confeccionamos a nossa primeira peça, agora, muitos quilômetros depois resolvemos dar uma cara nova para as portas e reorganizar conforme as nossas reais necessidades.
Já estamos algum tempo sem novidades por aqui, mas não desistimos do blog não, nem dos vídeos, nem da Matilda...
Logo depois do último vídeo no Youtube, nós saímos de viagem para um evento de bike em Jaraguá do Sul e com projetos para filmar alguns vídeos pelo caminho. Foi aí que uma maré de azar entrou pela folga da porta do salão e quando vimos, estávamos de carona com os bombeiros. Pera lá, que tem um pouco de sensacionalismo nessa frase. Acontece que antes de iniciar a Jam, o Germano se machucou e eu tive esse desprazer de trocar o banco da frente da Kombi pelo da ambulância.
Porque as perguntas mudam de Kombi para Kombi.
Dias desses, um desses tantos amigos que nós fizemos depois de comprarmos a Matilda nos pediu ajuda para fazer um suporte para o estepe, como o da nossa Kombi. Nós topamos e depois de acertar os detalhes, ficou combinado que o Germano passaria pra pegar a Kombi dele. Até aí tudo normal. Já estava anoitecendo quando o Ge chegou em casa com o suporte e a Kombi, para montar tudo e levar ela de volta. Acompanhei ele no caminho de volta e foi aí que a ideia de falar sobre esse assunto surgiu.
Você já parou pra pensar em tudo que cabe dentro de uma Kombi? A Matilda já viajou alguns quilômetros e está sempre pronta para uma nova viagem, longa ou rapidinha, pensando nisso resolvemos compartilhar com vocês esse stop motion. Em 20 segundos você descobre tudo que embarca com a gente a cada passeio! :)
Depois de passar o final de semana na estrada a trabalho, onde conhecemos um pouco mais de Jaraguá do Sul, resolvemos aproveitar que estávamos no norte do estado e fomos conhecer São Francisco do Sul. O itinerário dessa passagem rápida pela cidade já estava pronto fazia um tempinho, conhecer o Museu Nacional do Mar, dar um passeio pelo centro histórico e visitar a Praia do Forte.
No início do ano nós demos uma entrevista para um portal online da nossa cidade e uma das perguntas era "Quais os lugares/cidades vocês mais gostaram de conhecer? Por que?". Acredito que essa seja uma das perguntas mais difíceis de responder quando você chega de viagem, mesmo assim listamos quatro lugares que nós voltaríamos sem pensar duas vezes.
No segundo final de semana do mês de abril, nós embarcamos com um casal de amigos para uma pequena viagem até Curitiba, no Paraná. Para nós essa viagem não é muito longa, mesmo assim foi um marco para a Kombi, como o ponto mais ao norte que nós já viajamos. É um pontinho a mais no mapa, que nos lembra de como ainda temos terra para desbravar por esse Brasil.
Das diversas opções que estão disponíveis para você ficar hospedado, nós escolhemos usar a nossa própria Kombi. Antes de sair de casa, nos preocupamos em listar todos os campings das possíveis cidades em que passaríamos, por segurança. Da mesma forma, nos comprometemos em evitar campings sempre que possível, devido ao custo, e buscar novas alternativas de lugares para passar a noite. No primeiro dia a ideia de passar a noite em um lugar próprio para isso foi por água abaixo e ficamos no primeiro posto de gasolina 24h que encontramos.
Recentemente, dia 05 de abril, nós completamos dois anos com a Matilda. Pode ser clichê, mas vamos lá, foram dois anos de muito aprendizado, viagens e muitas alegrias ao lado dessa Kombi verdinha. Muita gente não sabe, mas nós não compramos a Kombi para viajar por aí, essa ideia nem passava pela nossa cabeça. Estávamos a procura de um carro que acomodasse todos os nossos equipamentos de foto e vídeo + as bicicletas, foi aí que a Matilda apareceu e tomamos uma das melhores decisões das nossas vidas: compramos ela. :)
Das diversas opções que estão disponíveis para você ficar hospedado, nós escolhemos usar a nossa própria Kombi. Antes de sair de casa, nos preocupamos em listar todos os campings das possíveis cidades em que passaríamos, por segurança. Da mesma forma, nos comprometemos em evitar campings sempre que possível, devido ao custo, e buscar novas alternativas de lugares para passar a noite. No primeiro dia a ideia de passar a noite em um lugar próprio para isso foi por água abaixo e ficamos no primeiro posto de gasolina 24h que encontramos.
Ao longo da viagem ficamos 23 noites em campings pagos, as outras 47 passamos na frente da casa de amigos, em hostels e em lugares que encontramos usando o app iOverlander (e olha que nós utilizamos esse app até para encontrar alguns campings pagos).
Nós já falamos sobre o aplicativo neste vídeo, sobre os primeiros 25 dias de estrada, e para todos os viajantes que cruzaram o nosso caminho. Resolvemos fazer esse post para colocar imagens de algum dos lugares que nós encontramos utilizando ele, para mostrar como ele funciona. Você vai ver que é fácil, fácil.
O que é?
O iOverlander é um mapa colaborativo de viajantes que pode ser acessado pelo seu site e também pelo aplicativo gratuito, que você pode baixar no seu smartphone. O sistema consiste em um mapa mundi que é preenchido por quem está viajando com check-ins em campings pagos, livres, postos de gasolina, oficinas mecânicas, entre outros pontos que facilitam a vida na estrada. Você pode ver os pontos que já foram marcados, criar novos e também dar o seu relato sobre aquele local.
Cada ponto marcado no mapa inclui informações como as coordenadas de GPS para chegar até lá, descrição com detalhes do local, fotos e os relatos de outros viajantes.
Como funciona?
Para não tem nenhum mistério, você pode acessar direto no site ou pelo celular. A vantagem do app é que ele funciona mesmo sem internet. Durante a viagem deu pra contar nos dedos os dias com internet boa, então ele facilitava muito. O único problema era que depois de um tempo ele deixava de carregar as linhas do mapa, dai era só passar um minutinho online que ele recarregava e a gente voltava a ver as linhas do mapa, porque as informações nunca desaparecem. Ah, e as fotos só carregam se você estiver online.
Separamos três lugares que nós encontramos pelo celular e passamos uma noite tranquila, aqui estão as fotos e como eles estão listadas no app:
Posto de Gasolina - Trelew/ARG
Essa é uma estação de serviços que fica relativamente próxima a cidade de Puerto Madryn e foi nossa morada por uma noite. Depois de passar dois dias em Puerto Madryn e passar toda uma tarde observando as baleias na praia de El Doradillo, seguimos para Trelew onde passamos a noite. Visitamos outro posto que estava marcado no mapa, mas ele não funcionava 24h. Já nos perguntaram se usar esse app é seguro, esse é um dos exemplos de como nós utilizamos ele, sempre que possível checamos outra marcação próxima e passávamos a noite apenas se nos sentíamos seguros.
Camping Libre El Huala - El Calafate/ARG
Esse é um camping livre maravilhoso, poucas facilidades, mas uma vista lindíssima. Outra vez tentando fugir da dobradinha de pagar dois dias por hospedagem, encontramos a marcação desse camping gratuito e não pensamos duas vezes. Como ele fica próximo ao glaciar Perito Moreno, já passava do meio dia e a próxima cidade estava longe, nós decidimos que era a melhor opção, a vontade era estender a estadia por uma semana.
Wild Camp Rio Futaleufu - Futaleufu/CHI
Considerado o melhor wild camp de toda a viagem, foi uma das vezes que seguimos as coordenadas dos outros viajantes para um pequeno desvio na estrada que nos levou para a beira do rio Futaleufu, com sua água azulíssima. No local havia algumas fogueiras e marcas de pneu, mas nós passamos a noite sozinhos, outro lugar que a vontade era passar mais uma semana.
Outros usos
Sim, 90% do tempo nós utilizamos o app para procurar por hospedagem. Mas não foi só isso, quando a bateria estragou em Santiago, conseguimos ver rapidinho qual o mecânico mais indicado caso fosse algo mais sério. Também fomos notificados de pedágios, barreiras fitossanitárias, policia corrupta, fronteiras, entre outros.
Quando voltamos de viagem acabamos excluindo ele do celular, já que o uso deixou de ser diário. Mas, há algumas semanas atrás quando começamos a pesquisar por novos roteiros ele já voltou a ser um dos aplicativos mais usados por aqui. Ah, e não precisa se cadastrar nem fazer login para usar, apenas se você quiser opinar sobre os lugares ou cadastrar novos.
Você pode acessar ele através do site: http://ioverlander.com/
Ou baixar para seu smartphone, na App Store ou Google Play.
Nós descobrimos esse aplicativo com os Trippers, aqui. :)
Sabe qual foi a parte mais difícil de planejar a viagem e fazer os cálculos dos possíveis gastos? A alimentação. Pesquisamos e sempre encontramos a mesma coisa como "cozinhe para economizar" ou aquelas receitinhas "café da manhã R$10, almoço R$20, jantar R$20". Encontramos também vários sites com as informações dos gastos para alimentação, mas daí entrava a dúvida "o que eles compraram com esse valor?", "será que eles comem as mesmas coisas que a gente?", "será que eles comeram muito fora ou isso foi tudo no mercado mesmo?".
Que cozinhar a própria comida é mais barato, nós não temos dúvida, isso sempre foi o nosso objetivo, querendo economizar ou não. Não tem nada como a sua própria comida, feita na hora e do jeitinho que você gosta. Até fazer um miojo é mais gostoso quando você mesmo separa e pica bonitinho os acompanhamentos. Ta aí outra coisa que a gente queria fugir, o tal do miojo que é uma paixão antiga por aqui.
Eis que algumas semanas antes de sair de viagem, um casal de amigos nos convidou para um jantar totalmente vegano e delicioso; e nós ficamos responsáveis por levar o pão pita. "Que diabos é pão pita, Germano?" - Procura no Google - "Ah tá, é que eu conheço como pão sírio". Fugindo de passar no mercado antes e comprar um pronto, procuramos rapidinho a receita e colocamos a mão na massa. Não ficou como o moço do Youtube ensinou, mas ficou bem gostoso e resolvemos adicionar todos os ingredientes na lista de compras da viagem.
A primeira vez que eu fiz esse pão foi em Puerto Madryn, depois de algumas semanas de estrada, enquanto o Germano andava de bicicleta com alguns amigos e eu me protegia do vento no camping. Na primeira vez usamos farinha de trigo integral e ficou muito bom, ao longo da viagem nós adaptamos a receita, utilizamos como pão no café da manhã, para acompanhar a pasta de grão de bico no almoço, como base para a pizza de tomate e queijo e até como pão de hamburguer, na comemoração pelo trekking do Fitz Roy.
Separamos três receitas que você pode fazer, todas testadas e aprovadas para fazer na frigideira. Na realidade a base é a mesma, só muda as quantidades, daí você vê qual se adapta melhor e dá uma diversificada no cardápio do acampamento!
PÃO 01 - O QUE MAIS FIZEMOS DURANTE A VIAGEM - Rende Bastante
Ingredientes: 500g de Farinha de Trigo (branca ou integral), 280ml de água (a gente levou um copo de medidas), 2 colheres de sopa de açúcar, 1 colherinha de sal, 50ml de azeite ou óleo, 1 sache de fermento biológico (+-10g).
Modo de preparo: Misture todos os ingredientes, vá mexendo e depois sove a massa por alguns minutos. Deixe descansar por 20min, separe a massa em bolinhas e deixe descansar por mais 20min, abra as bolinhas e frite ou asse.
Dicas:
- Tanto frito como assado, ele fica pronto rapidinho e é preciso cuidar pra não queimar.
- Essa receita rende bastante
- Quando era o Germano que preparava, ele sempre exagerava no açúcar e passava de 5 colheres, o pão nunca ficou doce. Mas também sempre achamos que o café não ficava doce com açúcar da Argentina/Chile. Outra coisa, não encontramos açúcar mascavo em nenhum mercado dos países que passamos.
PÃO 02 - A RECEITA DO VÍDEO
Ingredientes: 2 xícaras de farinha de trigo (branca ou integral), 1 xícara de água, 1/2 colher de chá de sal, 2 colheres de sopa de azeite ou óleo, 1 sache de fermento biológico (+-10g).
Modo de preparo: Misture a água o azeite e o fermento, adicione uma xícara de trigo e o sal, vá mexendo e adicionando aos poucos a outra xícara de trigo, até você poder sovar a massa sem que ela fique grudenta. Sove por alguns minutos e deixe descansar de 25 a 30 minutos. Abra a massa e frite.
Dicas:
- Tanto frito como assado, ele fica pronto rapidinho e é preciso cuidar pra não queimar.
PÃO 03 - NÃO PRECISA DE FERMENTO
Ingredientes: 1 xícara de farinha de trigo (branca ou integral), 1/3 xícara de água morna, 1/2 colher de chá de sal e 1 colher de sopa de azeite ou óleo.Modo de preparo: Misture a farinha, o sal e o azeite. Aos poucos vá adicionando a água, até a massa desgrudar das mãos. Basta sovar um pouco a massa, para abrir e fritar.
Dicas:
- Quanto mais fininha você abrir a massa, mas gostosa e crocante ela vai ficar.
Receita do Pão 01 - Sanduíche para comemorar mais um trekking concluído com sucesso! |
Bom apetite!
Depois de dois anos reformando nossa casa sobre rodas, trabalhamos por três semanas em algo fixo e nas alturas.
Somos apaixonados por criar e dar um jeito de fazer (quase) tudo o que queremos, reaproveitando e buscando alternativas diferentes. Foi essa qualidade que nos inspirou a reformar com as nossas próprias mãos a Matilda. Antes da última viagem já pensávamos em criar um lugar fixo, para trabalhar, relaxar e quem sabe, morar. Como o "lugar ideal" para executar esse projeto ainda carece de um bom acesso e mordomias como energia e água, para facilitar as atividades, resolvemos aplicá-lo no jardim de casa.
Chegamos em casa no dia 24 de dezembro, prontos para a ceia de natal. Voltar da viagem foi um misto de alegria por reencontrar as pessoas que nós tanto gostamos e aquela tristezinha por deixar a estrada. Voltamos para a nossa cama, com um banheiro com banho quentinho logo ali e uma geladeira de verdade para armazenar a nossa comida. Sentimos faltas de todos esses confortos? Sim, vivemos 22 anos com eles, faz falta, mas não tanta como as pessoas imaginam.
Rodeados sempre de belas paisagens e bons amigos, cruzamos o Uruguai, a Argentina e o Chile em 70 dias e o resultado é um pouco mais de quatro minutos de momentos inesquecíveis. Agradecemos a todos que nos acompanharam durante a viagem, dividiram sonhos e nos motivaram a continuar pela estrada.
A vontade de continuar viajando era enorme, mas ainda em El Bolson decidimos antecipar a nossa volta para poder concluir alguns projetos pessoais que acabaram aparecendo durante a viagem. Ainda com muitas dúvida sobre ir até o deserto ou não, alguns incidentes acabaram nos trazendo de volta a Argentina e assim, de volta para casa.
Voltamos para o Brasil por Paso de Los Libres e Uruguaiana. Chegamos no nosso país no final da tarde, quando começava a escurecer e a chuva não dava trégua. O Rio Grande do Sul estava com vários picos de enchente, como quando nós saímos em outubro. Pensamos em adiar a chegada em casa, mas a chuva nos acompanhou até Santa Catarina e desistimos de pegar uma praia. Viajamos durante dois dias de Uruguaiana até Brusque, onde moramos, fizemos apenas uma parada para passar a noite em Guaíba. Aqui a moeda voltou a ser o real e os postos de gasolina tinham coxinha, só felicidade.
Durante 70 dias de viagem, só fomos parados pela polícia na Argentina, todas as paradas foram rápidas e de praxe, exceto uma. Enquanto no sul, era pedido os documentos e o seguro, na volta para o Brasil fomos enviados para falar com o supervisor. Tá, calma, vamos começar do início.
Quando completamos 18 dias de viagem pela Argentina fizemos o primeiro compilado dos gastos por lá. Agora, depois de cruzar a fronteira pela última vez, reunimos mais uma vez todos os números dos outros vinte dias que passamos no país.
Antes de sair do Chile pela última vez passamos por um posto de gasolina, não andamos um quilômetro e resolvemos que a melhor ideia seria voltar e garantir uns litros a mais antes de passar a fronteira. Então, fomos lá e abastecemos um pouco, tão pouco que até o frentista estranhou. O gps indicava que não faltava tanto para o próximo posto, do outro lado da fronteira.
Dividimos nossa viagem pelo Chile em 3 partes, na primeira visitamos Puerto Natales e o Parque Nacional Torres del Paine, na segunda cruzamos a Carretera Austral de Chile Chico até Frutaleufú e por último rodamos de Pucón até Santiago. Da mesma forma, resolvemos dividir este post em 3 partes, conforme a região em que passamos.
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